A ação deste trabalho joga diretamente com uma particularidade da cidade. Brasília como Capital do Poder, sede do Governo e palco de incontáveis escândalos envolvendo fraude, corrupção, desvio de dinheiro publico entre outros crimes à sociedade. Este aspecto não poderia passar em branco perante um trabalho que trata de criminalidade, mesmo que estes marginais estejam ocupando cargos públicos.
O cenário dos crimes e alvo das intervenções é agora o Congresso Nacional, sede do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, e localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contando com um forte esquema de segurança devido ao seu valor político. Espaço de difícil acesso, mas não completamente invulnerável, dando margens para ações criminosas de políticos tanto quanto para minhas composições artísticas.
Como ícone, escolhi uma imagem do vocabulário visual da máfia russa, que designa os ladrões muito experientes. Mas o que me chamou a atenção neste desenho em específico, é que ele traz uma conotação de justiça, ainda que divina, uma noção de causa e efeito que lembra ao portador, que ele há de pagar pelos seus crimes. A imagem trata de um Demônio (Черт – do folclore russo, representa o Demônio, o Diabo, mas sem a conotação católica da tradução) carregando um saco nas costas e é lida com a expressão “Foi sorte, mas o Diabo tem cobrado” (Было счастье, да черт унес ) .
Diabo com um saco. "Foi sorte, mas o diabo tem reclamado." O dono da tatuagem tem uma grande experiência em roubos.
A tatuagem foi então adaptada para as particularidades do local, com dimensões reduzidas para viabilizar sua gravação e visualização, tanto num sentindo monumental tal qual o predio do Congresso quanto numa comunidação mais intima com os individos que fazem este organismo politico funcionar.
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